terça-feira, 11 de dezembro de 2007

Helena de Lima

Helena de Lima

Helena de Lima, cantora, nasceu no Rio de Janeiro/RJ em 17/05/1926. Começou a vida profissional na década de 1940 quando César Ladeira recrutava talentos novos para a Rádio Nacional. Em 1948 estreou como crooner da boate Pigalle, do Rio de Janeiro, e a partir daí, continuaria a cantar em casas noturnas do Rio de Janeiro e de São Paulo por mais de 25 anos.
Depois de temporada na boate Oásis, de São Paulo, em 1951, voltou ao Rio de Janeiro e participou como crooner do conjunto de Djalma Ferreira, no bar do Hotel Plaza Copacabana. Entre os compromissos seguintes incluíram-se apresentações na boate Jirau, do Rio de Janeiro.
Em 1958 fez grande sucesso, apresentando-se em contracanto com Dolores Duran, na boate Bacará, também do Rio de Janeiro. Seu primeiro disco, da Todamérica, tinha duas composições da dupla Marino Pinto e Vadico: Prece e Coração, atenção. Após o fechamento da Bacará, alternou temporadas em casas noturnas com gravações, sempre acompanhada pelo maestro Lauro Miranda, a quem se manteria ligada ao longo da carreira. É dessa época o LP Vale a pena ouvir Helena.
Na década de 1960, durante a fase de apresentações na boate Cangaceiro, gravou ao vivo os LPs O céu que vem de você e Um noite no Cangaceiro, produções da RGE. Concessa Lacerda, que a ouvira num show do Cangaceiro, deu-lhe para gravar Verdade da vida (com letra de Raul Mascarenhas), uma das faixas do LP Uma noite no Cangaceiro e seu maior sucesso profissional.
Na sucessão de temporadas em outras boates e clubes que se seguiu a fase do Cangaceiro, apresentou-se com Elisete Cardoso e outros artistas, e gravou um LP com músicas de Noel Rosa.
Em 1971, com Adeilton Alves, gravou um LP com 36 composições de Ataulfo Alves. Em 1974, após uma série de excursões e shows, participou de temporada em que a boate Porta do Carmo, de São Paulo, reuniu Cauby Peixoto, o Trio Mocotó e outros. Em 1975 fez curta temporada na Pujol, do Rio de Janeiro.
Em sua longa carreira, sempre preferiu o ambiente íntimo e de público pequeno, das casas noturnas de grandes cidades. Entre seus êxitos, destaca-se a marcha-rancho Estão voltando as flores (Paulo Soledade).
Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora - Publifolha.

Hebe Camargo

Hebe Camargo nasceu no dia 08 de março de 1929, em Taubaté, São Paulo. Filha de Ester e Fego Camargo, que era violinista do Cinema Politeama em Taubaté na época dos filmes mudos, Hebe teve uma infância humilde, principalmente depois da chegada do cinema falado, quando seu pai perdeu o emprego.
Em 1943, a família Camargo se mudou para São Paulo e Fego passou a integrar a orquestra da Rádio Difusora. No ano seguinte, Hebe começou a se apresentar em programas de calouros das rádios paulistanas, fazendo imitação de Carmen Miranda.
Depois de ganhar vários prêmios como caloura, Hebe formou o Quarteto Dó-Ré-Mi-Fá, junto com a irmã Stela e as primas Helena e Maria. Cantando músicas do grupo feminino americano Andrews Sisters, o quarteto foi contratado pela Rádio Tupi. Encerraram atividades três anos depois, quando uma das primas se casou.
Logo em seguida, Hebe e a irmã Stela formaram a dupla sertaneja Rosalinda e Florisbela, que teve vida curta. Hebe, então, decidiu iniciar carreira solo, interpretando as seguintes músicas: Moreno Lindo e Dora Dora.
Seu primeiro disco, em 78 rotações, foi gravado pela Odeon. Nele havia as músicas Oh! José e Quem foi que disse?. A artista lançou outros discos, passou a ser conhecida como Estrelinha do Samba e posteriormente como A Estrela de São Paulo.
Já consagrada, prestou homenagem a Carmen Miranda, gravando um pout-pourri com os maiores sucessos da pequena notável. Ainda como cantora, Hebe atuou em alguns filmes do comediante Mazzaropi e até contracenou com Agnaldo Rayol num deles. Como atriz, participou do filme Quase no Céu, de Oduvaldo Vianna, lançado em maio de 1949. Hebe participou ainda da última edição do Festival de Música Popular, defendendo a música Volta Amanhã.
Com o passar do tempo, a carreira de cantora deu lugar à de apresentadora. Hebe, inicialmente substituiu Ary Barroso num famoso programa de calouros. Mas o programa que a destacou como apresentadora foi "O Mundo é das Mulheres", exibido no então canal 5 e que contava com a produção de Walter Forster.
Em 14 de julho de 1964, Hebe se casou com o empresário Décio Capuano e interrompeu a carreira artística. No dia 20 de setembro de 1965, nasceu o primeiro e único filho da artista, Marcello Camargo. Logo ela retomou a carreira, com um programa na rádio Excelsior.
No dia 6 de abril de 1966, Hebe estreou na TV Record (Canal 7) o Programa Hebe, que teve como convidado Roberto Carlos. A atração bateu recordes de audiência, chegando a obter 70% dos telespectadores. A fase só não era melhor porque Hebe não conseguia aliar a carreira com o casamento. Em 1971, terminou sua união com o empresário Décio Capuano. Em 1973, conheceu Lélio Ravagnani, com quem viveu até 2000, ano em que Lélio faleceu.
Após uma pausa de quase 10 anos, Hebe retornou à televisão em 1981. Seu programa era exibido nas noites de domingo e posteriormente às sextas-feiras, na TV Bandeirantes. Depois de quatro anos de sucesso, a direção da emissora resolveu inexplicavelmente acabar com a atração.
Em 1985, quando ainda estava na Bandeirantes, recebeu convite do SBT e em novembro do mesmo ano assinou contrato. Sua estréia aconteceu dia 4 de março de 1986. Desde a estréia no SBT, Hebe apresentou: o Programa Hebe, no estilo show, no ar nas noites de segunda-feira, e o "Hebe Por Elas", programa de entrevistas só com mulheres apresentado às terças-feiras. Ela chegou a ter, por curto período, um programa nas tardes de domingo.
Hoje o Programa Hebe vai ao ar às segundas-feiras, a partir das 22h20, no qual a apresentadora conversa com artistas e personalidades sempre de forma descontraída, mostrando toda sua irreverência e experiência, num estilo inconfundível. Aurora Prado dirigiu o programa até abril de 2002, mês em que a diretora Simone Lopes assumiu a atração.
No rádio, Hebe apresenta atualmente o programa "Hebe & Você", pela Nativa FM, de segunda à sexta, das 11h às 12h. Ela recebe convidados especiais, responde perguntas dos ouvintes, fala sobre sua vida, emite opinião sobre fatos relevantes que marcaram a semana e dá dicas de beleza e saúde, entre outros temas.
A carreira de cantora foi retomada em 1999. Hebe gravou o CD Pra Você, pela Universal-Polygram, com produção de Zé Milton. O show de lançamento, realizado no Palace, alcançou enorme repercussão e originou uma turnê pelas principais capitais do país.
Em agosto de 2001, Hebe lançou Como é grande o meu amor por você - Hebe e convidados. O CD tem participações especiais de Chico Buarque, Caetano Veloso, Zezé di Camargo e Luciano, Simone, Nana Caymmi, Zeca Pagodinho, Ivete Sangalo e Fábio Júnior.
Entre os vários prêmios que a apresentadora recebeu ao longo da carreira, o que mais a deixou emocionada foi ter sido escolhida pelos paulistanos, numa pesquisa realizada 1990, A cara de São Paulo. Em 1994, Hebe recebeu da Câmara Municipal o título de Cidadã Paulistana.
Fonte: Hebe/SBT - www.sbt.com.br

Heleninha Costa

Heleninha Costa (Helena Costa), cantora, nasceu no Rio de Janeiro/RJ em 18/1/1924 e faleceu em 11/04/2005. Ainda menina, transferiu-se com a família para Santos/SP, iniciando carreira na Rádio Clube local em 1938. Pouco tempo depois, foi para São Paulo SP, atuando nas rádios São Paulo, Record e Bandeirantes.
Gravou seu primeiro disco em 1940, um 78 rpm da Columbia, com a marcha Sortes de São João (Osvaldo Santiago e Alcir Pires Vermelho) e o samba Apesar da goteira do quarto (Pedro Caetano e Alcir Pires Vermelho).
Transferindo-se para o Rio de Janeiro, em 1943, passou a cantar na Rádio Clube do Brasil, hoje Mundial. Foi crooner e bailarina do Cassino da Urca por volta de 1943, ano em que gravou na Columbia o samba de grande sucesso Exaltação à Bahia (Chianca de Garcia e Vicente Paiva).
Em 1945 César Ladeira a convidou para cantar na Radio Mayrink Veiga. Em 1947 o mesmo César Ladeira levou-a para a Nacional, onde atuou no programa Música do Coração. Em 1953 casou com o compositor Ismael Neto, líder do conjunto Os Cariocas.
Entre seus principais sucessos estão o bolero Afinal (Luis Bittencourt e Ismael Neto), o baião Não interessa, não! (Luis Bittencourt e José Meneses), o tango Cartas de amor (José Maria de Abreu e Luis Roldán) e o samba Ginga (Sá Róris ).
Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora

Heloísa Helena

Heloísa Helena (Heloísa Helena de Almeida Lima), cantora, compositora e atriz, nasceu em 28/10/1917 no Rio de Janeiro/RJ e faleceu em 19/06/1999. Filha e neta única, Heloísa desde criança demonstrou vocação artística. Seu pai, Otávio, era advogado e um alto funcionário da Prefeitura do Rio de Janeiro. Na infância, além das disciplinas normais, estudava com uma governanta o idioma inglês. Logo, começou a cantar e tocar violão.
Iniciou sua carreira na Rádio Mayrink Veiga. No começo cantava em inglês, já que dominava a língua como se fosse nativa dos Estados Unidos da América. Participou do filme Samba da Vida, primeiro musical de Jaime Costa, que passou a ser seu ídolo. Heloísa escrevia também.
Foi a primeira cantora a interpretar Carinhoso, de Pixinguinha, no Teatro Municipal do Rio de Janeiro. Cantou também nos cassinos da Urca, Copacabana e Atlântico. A embaixada dos Estados Unidos fez na época um intercâmbio cultural com o Brasil e Heloísa Helena acabou indo para New Orleans, permanecendo algum tempo.

Voltando ao Brasil, é convidada por Chianca de Garcia a ingressar na televisão, em 1951, na então recém-inaugurada TV Tupi do Rio. Participou de vários teleteatros, entre os quais Um Bonde Chamado Desejo e A Rosa Tatuada. Começou também a ser apresentadora de programas de televisão.
Trabalhou depois por um tempo em Recife, mas quando voltou ao Rio, já para a Rede Globo, integrou o elenco de várias telenovelas de sucesso, entre as quais Verão Vermelho, Assim na Terra Como no Céu, Selva de Pedra (como Fanny, a divertida dona da pensão) , Pecado Capital, O Astro, Eu Prometo e várias outras. Heloísa Helena também se dedicou à direção de programas, como a versão brasileira do programa What's My Line?.

No cinema, participou de Mãos Sangrentas, Leonora dos Sete Mares, O Homem do Sputinik. Mas o que mais a enche de emoção é Independência ou Morte, filme nacional rodado em 1972 no qual interpretou Carlota Joaquina, mãe do príncipe D. Pedro I, vivido por Tarcísio Meira.
Fonte: Depoimento de Heloísa Helena ao Museu da Televisão Brasileira, em 16/12/1998.

Ildefonso Norat

Ildefonso Norat, cantor, compositor e ator, nasceu em Belém/PA. Atuou em fins da década de 1920 e meados da década de 1930 como cantor e ator de teatro de revistas. Gravou o seu primeiro disco pela Victor em 1929 cantando a cançoneta Feijoada, de Rogério Guimarães e Ornellas. Por essa época, formou um conjunto para acompanhá-lo em apresentações.
Em fevereiro de 1930, gravou com seu conjunto pela Columbia os sambas É assim, de Rubem Bergmann e A casinha que eu fiz caiu, de sua autoria. No mesmo ano, lançou três discos que tinham numa das faces o cantor Januário de Oliveira. Nesses discos cantou a marcha Seu Julinho trouxe ouro, de Juvenal de Abreu, referência ao então candidato oficial à presidência da República Júlio Prestes; a regravação do samba-canção Reminiscências do passado, de Sinhô e o samba O que tu qué...não dou!, de Oscar Cardona. Gravou também Ioiô! Você quer?, de Cícero de Almeida e a marchinha Eu só digo a você, de Raul Morais.
Também em 1930, gravou na Parlophon o samba Vem ouvir meu cantar, de Edmundo Henriques. Ainda nesse ano, gravou como crooner da Orquestra Brunswick os sambas Amostra a mão, de Sinhô e Eu vou à feira, de Átila Soares.
Ainda na gravadora Brunswick registrou como cantor do grupo Gente do Morro os sambas Dá nele, de Sinhô; No Salgueiro, de sua autoria e Benedito Lacerda; Chora meu bem, de Benedito Lacerda e Isto não se faz, de Júlio dos Santos.
Gravou solo, com acompanhamento da Orquestra Brunswick sob direção de Henrique Vogeler, os sambas Samba Maria, de sua autoria, e No palácio das necessidades, parceria com Benedito Lacerda.
Em 1931, gravou em dueto com Murilo Caldas os sambas Já fui rei e Deixo saudades, de autores desconhecidos. Em 1932, fez uma série de gravações pela Columbia cantando os sambas Sai fumaça, de J. Aimberê, com acompanhamento da Orquestra Columbia; Você me conhece, de Plínio Brito, com o grupo Sete Diabos e Sou carioca, de Henrique Vogeler e Milton Amaral e a marcha Tenentes...do diabo, de Noel Rosa, Visconde de Bicoíba e Henrique Vogeler, com a Fanfarra dos Tenentes, da Sociedade Carnavalesca Tenentes do Diabo.
Em 1935, teve a marcha No duro gravada por Jaime Vogeler na Odeon. Gravou ainda as canções Martírio, de sua autoria e Ranchinho do sertão, de Luiz Iglesias e Sofonias Dornelas com acompanhamento de Josué de Barros ao violão. Também nesse ano, fez três gravações em dueto. Com Dina Marques gravou o Samba da meia-noite, de sua autoria e Luiz Tangerini; com Leonel Farias registrou a marcha Aurora, de Leonel Farias e Henrique Vogeler e com Iolanda Osório registrou a marcha Paquita meu bem!..., de Alfredo Gama.
Gravou 25 músicas em 18 discos pelas gravadoras Victor, Columbia, Parlophon e Brunswick. Em 2003, teve duas de suas gravações de obras de Sinhô relançadas pelo selo Revivendo.
Fonte: Dicionário Cravo Albin da MPB.

Paulo Tapajós

Paulo Tapajós, cantor, compositor e radialista, nasceu no Rio de Janeiro/RJ em 20/10/1913 e faleceu em 29/12/1990. Estudou desenho na Escola Nacional de Belas Artes e música com o maestro Lorenzo Fernandez, além de aprender piano com Maria Siqueira e canto com Cecília Rudge e Riva Pasternak. Estudando violão sozinho, chegou a lecionar o instrumento por vários anos, abandonando mais tarde o desenho para se dedicar exclusivamente à música.
Em 1927, formou com os irmãos Haroldo e Osvaldo o trio vocal Irmãos Tapajós, que se apresentava em festas de amigos e que, no ano seguinte, estreou na Rádio Sociedade do Rio de Janeiro. Ainda em 1928 escreveu sua primeira composição, editando-a pela Casa Vieira Machado.
Com a saída de Osvaldo em 1932, formou uma dupla com o irmão Haroldo, gravando Loura ou morena (Haroldo Tapajós e Vinícius de Moraes), de 1928. A dupla gravou, também na Odeon, a marcha Decadência de pierrô (Lamartine Babo e Alcir Pires Vermelho) e o samba Eu chorei (Alvaiade e Alcides Lopes), além de Noite azul (Carlos Armando Pascoalini e Rogério Cardoso).
Em 1933, compôs com Vinícius de Morais o fox-canção Canção da noite. Em 1942, Haroldo abandonou a dupla e as atividades artísticas; prosseguiu então, individualmente, como cantor, diretor e produtor de programas, contratado pela Rádio Nacional. Transferindo-se para a Rádio Tupi, em 1946, como diretor artístico, voltou à Rádio Nacional dois anos depois, sendo produtor da emissora durante a sua fase de ouro. Com Nuno Roland e Albertinho Fortuna, formou o Trio Melodia e criou o conjunto de serenatas Turma do Sereno.
Em 1951 compôs o samba Morreu o Anacleto (com Dunga). Em 1956 gravou na Sinter o LP Luar do Sertão, interpretando músicas de Catulo da Paixão Cearense. Participou das primeiras dublagens de desenhos de Walt Disney, planejando ainda emissoras de rádio em diversas cidades, além de pesquisar e estudar a música popular brasileira.
Em 1966, fez parte da comissão executiva do I FIC, da TV-Rio, Rio de Janeiro, permanecendo como diretor artístico até maio de 1970. Participou, em 1971, do LP lançado pela RCA, Os saraus de Jacó - Jacó do Bandolim recebe o modinheiro Paulo Tapajós, que aproveitou fitas do famoso bandolinista, com seu conjunto Época de Ouro.
Em 1972 escreveu o capítulo sobre a música popular brasileira no livro Brasil, uma história dinâmica, obra didática muito elogiada pela UNESCO. Durante a década de 1980 participou de vários encontros e festivais de música como a X e a XII Califórnia da Canção Gaúcha (Carazinho RS), o I Acorde, Seminário de Defesa da Música Brasileira (Tramandaí RS), o I Seminário dos Festivais de Música Gaúcha (Guaíba RS), o Festival Comunicasom de Goiânia GO, o Sercapo - Festival da Canção Popular de Cascavel PR, e os III e IV Encontros de Pesquisadores de Música Popular Brasileira, no Rio de Janeiro.
Em 1990 participou do I Ciclo de Debates sobre Rádio e Televisão, promovido pela Futevê-M.E.C., no Rio de Janeiro. Pai dos compositores e cantores Paulinho e Maurício Tapajós e da cantora Dorinha Tapajós (os dois últimos já falecidos), Paulo Tapajós produziu, dirigiu e apresentou, ao longo de vários anos e até o dia de sua morte, o programa radiofônico Domingo Musical, do Projeto Minerva.
Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora.

Jacob do Bandolim

Jacob do Bandolim
Filho único do farmacêutico Francisco Gomes Bittencourt e de Raquel Pick, uma polonesa foragida da Primeira Grande Guerra, Jacob Pick Bittencourt nasceu (em 14.02.1918) e foi criado no bairro carioca da Lapa. Percebendo a sua atração pela música, a mãe deu-lhe aos doze anos um violino, logo substituído por um bandolim, instrumento que ele desejava sem saber bem por que.
Aplicado, persistente e dotado de vocação para o autodidatismo, Jacob, ainda adolescente, já podia ser considerado um bom bandolista, com razoável domínio do cavaquinho e do violão. Isso o animou a formar um pequeno conjunto para acompanhá-lo em participações em programas radiofônicos, o que o levaria à profissionalização.
Como o que ganhava com a música era pouco, exerceu paralelamente as atividades de vendedor-pracista, prático de farmácia e corretor de seguros até 1940, quando, a conselho do compositor Donga, prestou concurso e foi nomeado escrevente juramentado da Justiça do Rio de Janeiro. Na ocasião, casado com Adília, já era pai de Sérgio e Helena.
Depois de muitos anos de rádio e participações em gravações alheias, Jacob gravou em 1947 o seu primeiro disco solo, um 78 rpm da Continental que apresentava o choro Treme-Treme, de sua autoria, e a valsa Glória, de Bonfiglio de Oliveira. Ainda na Continental, gravaria nos anos seguintes mais seis fonogramas, cinco dos quais: Flamengo, de Bonfiglio, Flor amorosa, de Joaquim Antônio da Silva Callado, Cabuloso, Remelexo e Salões Imperiais, de sua autoria.
Em 1949 transferiu-se para a RCA, onde gravaria até o final da vida um total de 47 discos 78 rpm, vários compactos e mais de dez LPs. Gravaria ainda, na CBS, a suíte Retratos, composta especialmente para ele por Radamés Gnattali.
Além do músico virtuoso, que revolucionou a técnica do bandolim criando uma nova maneira de tocá-lo e elevando-o à categoria de principal instrumento solista do choro, ao lado da flauta, Jacob entra para a história da MPB como um excelente compositor, responsável por obras-primas como Doce de Coco, Noites cariocas, Salões Imperiais e Vibrações, entre outras.
O mais surpreendente é que ainda arranjou tempo para dedicar-se à pesquisa musical, sempre com a seriedade e o espírito de organização que o caracterizavam. Fiel ao preceito de que o êxito do solista muito dependente da competência dos músicos que o acompanham, Jacob jamais abriu mão de sua total liderança sobre os conjuntos com os quais atuou. Segundo Sérgio Cabral, seus companheiros sabiam bem que diante de um erro, "bastava um simples olhar seu, mais violento do que qualquer espinafração".
O mais importante conjunto ligado a Jacob, que sobreviveu ao seu desaparecimento, é o Época de Ouro. Formado em 1959, quando o mestre lança o LP homônimo, o grupo tem como núcleo básico os violonistas Horondino Silva (Dino 7 Cordas), César Faria e Carlos Carvalho Leite (Carlinhos) e o pandeirista Jorge da Silva (Jorginho do Pandeiro).
Jacob Bittencourt morreu aos 51 anos de enfarte do miocárdio, na sexta-feira, 13 de agosto de 1969. Na ocasião, regressava de uma visita a Pixinguinha, seu ídolo maior.
(Jairo Severiano)
Fonte: Encarte da Enciclopédia Musical Brasileira distribuído pela Warner Music Brasil Ltda.

J. B. de Carvalho

J. B. de Carvalho (João Paulo Batista de Carvalho), cantor e compositor, nasceu no Rio de Janeiro/RJ em 24/12/1901 e faleceu em 24/8/1979. Iniciou carreira artística em 1931, na extinta Rádio Cajuti, liderando o Conjunto Tupi, que interpretava corimás, músicas cantadas durante os rituais de macumba.
No repertório do grupo estava incluído o seu batuque Cadê Viramundo, depois gravado com sucesso pelo próprio conjunto e mais tarde por Xavier Cugat. O Conjunto Tupi foi um dos primeiros a ter programa de umbanda em rádio, durante muitos anos, além de realizar inúmeras gravações na Odeon.
O grupo se apresentou na maior parte das emissoras cariocas, sendo freqüentemente interrompido pela polícia, que invadia os auditórios de seus programas, quando as pessoas entravam em transe ao ouvir os pontos de macumba e orações. Foi preso inúmeras vezes, sempre dizendo que saia livre graças a sua amizade com Getúlio Vargas.
Em 1937 obteve grande êxito no Carnaval com o samba Falso amor (com Osvaldo Silva), gravando com sucesso, na Odeon, a batucada Poeira (J. Santos e Abigail Moura), em 1940, e a marcha Pó de mico (Haroldo Lobo e Milton de Oliveira), em 1941.
Ainda na Odeon, gravou com Eladir Porto o batuque africano Ponto do caboclo Rompe-Mato (com Nelson Trigueiro), em 1941, além das macumbas Pai Xangô (com E. Silva e H. Almeida) e São Jorge Guerreiro (Amado Régis), lançados em 1943, com acompanhamento de Garoto e seu conjunto.
Afastado do rádio em fins da década de 1960, reapareceu em 1971, na Rádio Carioca, com A Carioca dos Terreiros, programa de grande audiência e popularidade, realizado por ele com a colaboração do locutor Moreira e de seu filho, J. B. Júnior, pandeirista e compositor da Portela.
Conhecido também como O Batuqueiro Famoso, gravou alguns dos maiores sambas cariocas, como Juro (Milton de Oliveira e Haroldo Lobo), em 1937, Só um novo amor (Max Bulhões) e Foste embora (Djalma Esteves, Raul Resende e Carlos de Almeida), ambas em 1938.
A partir de fins da década de 1960 passou a gravar uma série de LPs de pontos de macumba e outras musicas de terreiro, muito vendidos em casas de artigos de umbanda de todo o Brasil.
Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora

Jaime Redondo

Jaime Redondo (Jaime Fomm Garcia Redondo), cantor, compositor, ator, nasceu em São Paulo/SP em 29/10/1890 e faleceu em 5/12/1952. Era filho do engenheiro e escritor Manoel Ferreira Garcia Redondo (1854—1916), fundador e primeiro ocupante da cadeira 24 da Academia Brasileira de Letras.
Desde pequeno tocava violão, piano e compunha. Cantou na Rádio Educadora Paulista, a primeira de São Paulo, fundada em 1923, da qual foi diretor de música popular. Foi pioneiro da gravadora Columbia de São Paulo. Não gravou em outra etiqueta e de 1929 a 1931 totalizou 27 discos com 50 músicas.
Seu maior sucesso foi a canção de sua autoria Saudade, lançada em seu segundo disco. Também foram sucessos Ao cair do pano, valsa (Sherman e Lewis, versão sua de 1929) e sua canção de 1930, História de Jaci.
Cantou no filme de Wallace Downey, Coisas nossas, de 1931. No cinema foi produtor, diretor, argumentista e ator. No filme Lei do inquilinato, de William Schoucair (1926), além de ator foi argumentista e fotógrafo e em 1927 produziu, dirigiu e atuou no filme Flor do sertão.
Depois de deixar de ser cantor, foi diretor artístico do Cassino da Urca, no Rio de Janeiro. Em 1950 compôs com Vicente Paiva o famoso samba-canção Ave Maria, gravado por Dalva de Oliveira no mesmo ano.
Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora.

Jamelão

Jamelão
José Bispo Clementino dos Santos, o Jamelão, nasceu na Rua Fonseca Teles, no bairro carioca de São Cristóvão, no dia 12 de maio de 1913. Conhecido por sua bela voz e sua enorme versatilidade, nosso "Gogó de Ouro" atravessa a passarela da música popular brasileira de um extremo ao outro; como cantor de samba e também como intérprete de belas canções de dor-de-cotovelo, principalmente Lupicínio Rodrigues.
Puxador de samba, jamais! Ele sempre diz: “Puxador é ladrão de carro. Eu não puxo samba coisa nenhuma, eu interpreto”. E como interpreta! Em sua longa estrada no carnaval verde e rosa da Mangueira, quando sua voz poderosa ecoa na avenida dizendo os primeiros versos de um samba enredo, é puro júbilo popular. Até quem não é mangueirense se emociona com sua voz e vitalidade. Para chegar até aí, percorreu um longo e tortuoso caminho.
Tudo começou quando, aos dez anos, cismou em aprender a tocar bandolim e cavaquinho, presente do pai, um pintor de paredes. José Bispo tinha quatro irmãos e aos quinze anos, quando o pai foi embora com outra mulher, precisou ir trabalhar na fábrica de tecidos Confiança, em Vila Isabel, para ajudar a mãe nas despesas de casa. Trabalhou também como jornaleiro e costuma dizer que sua voz foi treinada nos pregões que gritava para vender jornal.
Ao mesmo tempo, sem nenhuma pretensão, freqüentava as gafieiras da cidade e se tornou íntimos dos músicos e, um dia, foi convidado para cantar na Gafieira Jardim do Meyer. O sucesso foi tanto que logo surgiram outros convites e ele passou a ser "crooner" de diversos "dancings" da cidade.
Foi no Jardim do Méier que ganhou o apelido de Jamelão. Seu Euclides, o gerente, na hora de anunciá-lo não sabia bem o seu nome e, numa alusão à sua cor, idêntica a da fruta, chamou-o pelo nome de Jamelão e o apelido ficou para sempre.
No final da década de 40 ele resolveu tentar o rádio. Primeiro passou pela Rádio Clube do Brasil, depois Rádio Guanabara e, por fim, a Rádio Tupi. No período de 1957 a 1965 Jamelão participou do "cast" da Rádio Nacional. Fez também filmes com Oscarito e Grande Otelo nos tempos da Atlântida.
Na década de 50 gravou seu primeiro LP, com o samba Maior é Deus, de Felisberto Martins. Foi neste tempo também que o samba-enredo ganhou dimensão e, desde essa época, passou a "interpretar" os sambas da Estação Primeira de Mangueira sendo sempre campeão em suas interpretações na avenida.
Na década de 60 aproximou-se de Lupicínio Rodrigues, tendo gravado, de início, duas de suas músicas num LP: Ela disse-me assim e Exemplo. Depois, gravou outras tantas e, até hoje, é considerado seu melhor intérprete. Além de outras interpretações de dores-de-cotovelo como Castigo, de Dolores Duran; Matriz ou filial de Lúcio Cardim e Um dia hás de pagar, dele próprio.
Passado o tempo, e com um público fiel à sua bela voz, em 1977, num show do Seis e Meia, no Teatro João Caetano foi recorde de público na época (duas mil pessoas por dia). Em 1987 conseguiu realizar um grande sonho: gravar um disco só com músicas de Lupicínio Rodrigues, considerado pela crítica um dos melhores discos daquele ano. Casado há mais de 50 anos com D. Delice, tem uma única filha.

Jaime Vogeler

Jaime Vogeler (Jaime da Rocha Vogeler) nasceu no Rio de Janeiro-RJ em 11 de maio de 1906 e herdou de sua família o gosto pela música. Muitos dos Vogeler foram talentosos artistas, como o famoso compositor Henrique Vogeler, seu tio-avô, e o grande desenhista, Jorge Vogeler, seu pai, além do produtor e autor Dalton Vogeler, seu sobrinho.
Em 1929, gravou seu primeiro disco, pela Parlophon com a valsa O pagão (Canção de amor), de N. H. Brown e o fox canção Minha Tônia, de Brown, De Sylva e Henderson.
Em 1930, transferiu-se para a Victor e lançou o samba Loiras e morenas, de Joubert de Carvalho e Olegário Mariano. No mesmo ano, gravou as canções Canção dos namorados, de J. B. Cavalcânti e Devaneios, de C. Rodrigues e Lamartine Babo.
Em 1931, gravou mais dois discos pela Parlophon com a canção Abismo de amor e o tango Infeliz amor, de Cândido das Neves e a valsa Teu nome, de Glauco Viana e o samba Tu foste má, de Mário Lopes de Castro. No mesmo ano, transferiu-se para a Odeon e lançou dois discos. No primeiro, gravou a marcha Bonde errado, de Lamartine Babo e o samba Olha a crioula, de Almirante e João de Barro e no segundo, a marcha Não dou, de Djalma Guimarães e o samba Encurta a saia, de Júlio Casado, Almirante e João de Barro. Estas composições foram premiadas respectivamente do primeiro ao quarto lugar no concurso para escolher as melhores músicas para o carnaval daquele ano.
Ainda no mesmo ano, gravou com acompanhamento da Orquestra Copacabana a canção Meu amorzinho foi-se embora, de André Filho, o fox trot Como é gostoso amar, de Glauco Viana e Lamartine Babo e a marcha rancho Gegê, de Eduardo Souto e Getúlio Marinho.
Em 1932, gravou, também com acompanhamento da Orquestra Copacabana, o cateretê Lá no sertão, de Eduardo Souto e Eustórgio Vanderley e a reza de malandro Samba nosso, de Eduardo Souto e Benoit Certain. No mesmo ano, gravou a primeira composição de sua autoria, o samba De você tenho saudade, parceria com Américo de Carvalho.
Em 1933, gravou duas composições de Assis Valente: a marcha Felismina e o samba Acabei a paciência com acompanhamento da Orquestra Copacabana. Gravou também as marchas A verdade é essa, de Freitinhas e Vai haver o diabo, de Benedito Lacerda e Gastão Viana e os sambas Não sei o que vou fazer, de Heitor dos Prazeres e Até dormindo sorriste, de Getúlio Marinho e Valdemar da Silva.
Em 1934, lançou mais três composições de sua autoria, os sambas Triste despertar, parceria com Kid Pepe e Não sei porque e a valsa Suprema agonia. No mesmo ano, gravou o samba Promessa, parceria com Max Bulhões e a marcha Olha pro céu, de Ciro de Souza.
No ano seguinte, gravou a marcha Tão boa, de Nonô e Francisco Matoso e os sambas Quero evitar, de Max Bulhões e Wilson Batista e Vem rompendo a madrugada, de Cristóvão de Alencar e Sílvio Pinto. Ainda no mesmo ano, gravou a valsa Lela, de Benedito Lacerda e Jorge Faraj e o samba Cãozinho sem dono, de Benedito Lacerda com acompanhamento da Orquestra Copacabana.
Ainda em 1935, gravou um único disco pela Columbia com a marcha Deixa essa gente falá e o samba Meu amor nunca foi da cidade, da dupla Saint Clair Sena e Ronaldo Lupo. Em 1936, gravou a marcha Onde você mora?, de Valfrido Silva e Bonfiglio de Oliveira e o samba Escola do amor, de Valfrido Silva e Osvaldo Santiago. Ainda no mesmo ano, gravou com acompanhamento de Antenógenes Silva ao acordeom a valsa A minha alucinação o tango Léa e a marcha Mulata sem sê-lo, todas de Antenógenes Silva e Ernâni Campos.
Em 1937, lançou para o carnaval a marcha Cuidado com essa morena, de Nássara e Cristóvão de Alencar e o samba Amar é muito bom, de Zé Pretinho e Manoel Ferreira. No mesmo ano, gravou os sambas Não fiz nada, de Zé Pretinho e Roberto Martins, Você precisa amar, de Zé Pretinho e Valdemar Silva e Eu fui fiel, de Zé Pretinho e Manoel Ferreira.
Em 1938, gravou seu último disco com a marcha Você faz tudo, de Antônio Almeida e o samba Bem feito, de Antônio Almeida e Léo Cardoso. Por essa época, começou a se afastar da carreira artística devido a problemas na garganta. Gravou 40 discos, sendo algumas composições suas, com 82 músicas ao todo, muitas das quais foram incluídas em seleções comemorativas do selo Revivendo, em LPs e CDs, a partir dos anos 1990. Jaime Vogeler faleceu em 7 de agosto de 1966, no Rio de Janeiro.

Jesy Barbosa

Jesy Barbosa (Jesy de Oliveira Barbosa), cantora, violonista, jornalista e poetisa, nasceu em Campos/RJ em 15/11/1902, e faleceu no Rio de Janeiro/RJ em 30/12/1987. Filha de um jornalista e mãe musicista, tocava violão e teve aulas de canto.
Iniciou carreira profissional em 1928, na Rádio Sociedade, no Rio de Janeiro a convite de Roquete Pinto. Pioneira da gravadora Victor, em 1928 lançou seu primeiro disco, com as canções Olhos pálidos, de Josué de Barros, e Medroso de amor, de Zizinha Bessa, nas quais colocou os versos.
De 1929 a 1933 lançou 26 discos, quase todos na Victor, interpretando composições de Marcelo Tupinambá, Joubert de Carvalho, Cândido das Neves, Gastão Lamounier, Henrique Vogeler, entre outros.
Seus maiores sucessos foram as canções Minha viola e Sabiá cantador (ambas de Randoval Montenegro), a canção-toada Volta (1930, de M. Lopes de Castro), o tango Queixas (1932, de Zelita Vilar e Rhea Cibele), e o fox-canção Saudades do arranha-céu (1933, de J. Tomás e Orestes Barbosa), pela Columbia.
Foi eleita Rainha da Canção Brasileira em 1930, em concurso promovido pelo Diário Carioca. No ano seguinte, foi elogiada pelo príncipe de Gales, futuro rei Eduardo VIII da Inglaterra, que visitava o Rio de Janeiro; em sua homenagem, gravou o tango Príncipe de Gales (Gastão Lamounier e M. Lopes de Castro).
Além da carreira de cantora, desenvolveu intensa e variada atividade intelectual: foi contista, teatróloga, conferencista e poetisa, tendo publicado Cantigas de quem perdoa, Livraria Freitas Bastos, São Paulo, 1963.
Trabalhou em várias revistas e jornais, e na Rádio Globo foi redatora durante nove anos, além de radioatriz, novelista e apresentadora. Segundo Orestes Barbosa no livro "Samba", de 1933, sua especialidade eram "as canções de emoção e pensamento".

João Dias

João Dias (João Dias Rodrigues Filho), cantor, nasceu em Campinas/SP em 12/10/1927 e faleceu no Rio de Janeiro/RJ em 27/11/1996. Iniciou carreira em 1948 na Rádio São Paulo, para onde foi levado por Cardoso Silva.
No ano seguinte, estava na Rádio Bandeirantes e, em 1950, foi descoberto por Francisco Alves, quando se apresentava na boate Cairo, em São Paulo SP, sendo levado para o Rio de Janeiro, onde gravou seu primeiro disco na Odeon, com Guacyra (Hekel Tavares e Joraci Camargo) e Canta, Maria (Ary Barroso).
No ano seguinte alcançou grande sucesso com a gravação de Sinos de Belém (Jingle Bells, versão de Evaldo Rui) e Fim de ano (Francisco Alves e David Nasser), que a partir desse ano são regravados pela Odeon na época do Natal.
Em 1952 gravou na Odeon seu primeiro grande sucesso carnavalesco, Grande Caruso (Denis Brean e Osvaldo Guilherme), e em novembro do mesmo ano estreou na Rádio e TV Tupi, do Rio de Janeiro, com o programa semanal Audição João Dias, que ficou no ar por um ano.
Transferiu-se em 1953 para a Rádio Nacional, com um programa aos domingos, passando em seguida a apresentar-se em várias emissoras de televisão por todo o país. Conquistando grande popularidade, em 1955 seu programa da Rádio Nacional passou a ser apresentado no horário antes ocupado pelo de Francisco Alves, que ficara no ar por vários anos.
Mudou para a gravadora Copacabana, gravando em 1956, com Ângela Maria, o sucesso Mamãe (Herivelto Martins e Davi Nasser). Três anos depois estava na CBS, lançando Milagre da volta (Fernando César e Diva Correia), com muito êxito.
Em 1961 voltou para a Odeon, onde gravou um LP de tangos, de grande sucesso e vendagem, tendo ainda lançado em disco versões de músicas já consagradas. Viajou com Dalva de Oliveira por todo o país, depois de regravar o sucesso Brasil (Benedito Lacerda e Aldo Cabral).
Foi o idealizador e responsável pela Lei de Direito Conexo, que, tendo sido aprovada e regulamentada em 1968, garante ao intérprete receber direitos pela execução posterior de suas gravações, o que anteriormente era restrito aos autores.
Em 1975, lançou pela Odeon o LP comemorativo de seus 25 anos de carreira, com músicas de compositores atuais. Ao todo, lançou pela Odeon seis LPs e um pela Copacabana, além de lançar em média dois a três discos por ano. Considerado o “herdeiro de Francisco Alves”, de quem foi grande amigo, ficou conhecido também com o slogan de Príncipe da Voz.
Entre seus maiores sucessos, destacam-se, além dos já citados, a marcha do Carnaval de 1966 É o pau, e o pau (Jujuba e Rodrigues Pinto), Quando eu era pequenino (Davi Nasser, Francisco Alves e Felisberto Martins), Canção dos velhinhos (René Bittencourt) e Silêncio do cantor (Joubert de Carvalho e David Nasser).
Em 1975 lançou um LP comemorativo de seus 25 anos de carreira. No ano em que faleceu 1996, dirigia a Socimpro, Sociedade Brasileira de Intérpretes e Produtores Fonográficos. Com 45 anos de carreira, gravou cerca de 320 músicas em 78 rpm, LPs e CDs.
Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora - Publifolha

Joel de Almeida

Joel de Almeida, cantor e compositor, nasceu no Rio de Janeiro/RJ em 05 de novembro de 1913 e faleceu em São Paulo/SP em 01 de abril de 1993. Fez com o cantor Gaúcho uma dupla de sucesso principalmente nos anos 1940.
Em 1946 fazendo dupla com Gaúcho, gravou em disco solo, os sambas Promessa (de Jaime de Carvalho) e Trabalhar eu não (de Aníbal de Almeida). Nessa época, em excursão à Argentina, a dupla com Gaúcho se desfez e Joel permaneceu como cantor em Buenos Aires.
Em 1951 gravou de sua autoria o samba Hoje a coisa é diferente, e de sua autoria e Dom Roy o baião Ai! Que bom. Depois de um breve retorno, a dupla com Gaúcho desfez-se definitivamente e Joel prosseguiu sua carreira solo.
Em 1955 já com a dupla desfeita, gravou pout-pourri intitulado Reminiscências de Joel e Gaúcho, pela Odeon. No mesmo ano gravou outro pout-pourri Sucessos da velha-guarda, com músicas de Noel Rosa, Ismael Silva e outros compositores. Gravou ainda o fox Canção para inglês ver, de Lamartine Babo.
Em 1956 gravou a marcha Quem sabe, sabe, de sua autoria e que veio a ser uma das mais executadas em todo o Brasil naquele ano, e o fox Loura ou morena (Vinícius de Moraes e Haroldo Tapajós) composta em 1932.
Em 1957 gravou de sua autoria o samba Não quero mais amor, a marcha Isso não se faz. No mesmo ano regravou o grande sucesso do carnaval de 1927, o maxixe Cristo nasceu na Bahia (de Sebastião Cirino e Duque).
Em 1958 gravou a marcha Campeão do mundo e o samba Leonor. No mesmo ano gravou com a cantora Araci de Almeida as marchas Vai ver que é, de Carvalhinho, e A mulata é que é mulher. Ainda em 1958 obteve grande sucesso com o samba Madureira chorou, que homenageava a vedete do teatro de revista Zaquia Jorge, moradora de Madureira e mulher de Júlio Monteiro, o Júlio Leiloeiro.
Nesse período, começou a trabalhar como diretor artístico da gravadora Polydor, função na qual atuou por cerca de um ano e meio, tempo no qual lançou o jovem cantor Roberto Carlos, a princípio para concorrer com João Gilberto.
Em 1959 gravou a marcha Linda brincadeira (Jair Amorim e Nássara), e o samba Fita os olhos meus (de Antônio Almeida). Em 1961 gravou a marcha Pé de cana e o samba Eu gostava tanto dela. Em 1963 gravou as marchas Elza e Pau no burro. Atuou ainda como radialista, apresentando programas noturnos na Rádio Tupi de São Paulo.

Joel e Gaúcho

Joel e Gaúcho

Joel e Gaúcho - Dupla vocal formada em 1930, no Rio de Janeiro, que teve sua fase principal até 1947, composta pelo cantor Joel de Almeida, nascido no Rio de Janeiro em 1913 e falecido em São Paulo em 1993 e o violonista e cantor Francisco de Paula Brandão Rangel, o Gaúcho nascido na cidade de Cruz Alta no Rio Grande do Sul em 1911 e falecido no Rio de Janeiro em 1971.
Em 1932 Joel trabalhava na Casa Edison, de Fred Figner, e da janela costumava ver compositores subirem a escada de um prédio próximo, a fim de que o pianista Freitinhas fizesse a escrita de suas músicas. Um dia resolveu apresentar suas composições a ele. Para sua surpresa Freitas marcou uma gravação na Odeon. Seu parceiro na ocasião foi Breno Bonifácio e nesse disco gravaram em dueto dois sambas, Eu quero é viver e Meu prazer, de autoria de ambos.
Ao chegar do Rio Grande do Sul Gaúcho conheceu Joel em 1933, nas rodas boêmias do bairro carioca da Tijuca, e logo começaram a se apresentar em festas e serenatas. No ano seguinte Renato Murce levou-os para seu programa Horas do Outro Mundo, na Rádio Phillips. Contratados pela emissora passaram a cantar no Programa Casé, com Gaúcho acompanhando ao violão e Joel batucando no chapéu de palha. Foram chamados de os irmãos Gêmeos da Voz por Alziro Zarzur, embora Cesar Ladeira tenha sido creditado com a invenção do apelido.
Em 1935 a dupla obteve seu primeiro destaque em disco com Estão batendo (Gadé e Valfrido Silva) gravado na Columbia. Em 1936, pela Victor, lançaram Pierrô apaixonado (Heitor dos Prazeres e Noel Rosa) marcha de grande sucesso no Carnaval, que marcou o início de uma série de êxitos carnavalescos. No mesmo ano a dupla participou do filme Alô, alô Carnaval passando também a se apresentar nos cassinos da Urca e Atlântico além do Copacabana Palace Hotel.
No Carnaval de 1940 a dupla obteve outro grande sucesso com “ Cai, cai (Roberto Martins) lançando no mesmo ano a marcha Maria Caxuxa (Antônio Almeida e Saint-Clair Sena) e, no carnaval de 1941, Aurora (Roberto Roberti e Mário Lago) com enorme êxito. No ano seguinte a dupla gravou o sucesso A mulher do padeiro (J. Piedade, Germano Augusto e Bruni) e em 1943 a marcha O Danúbio...azulou (Nássara e Eratóstenes Frazão).
Outro grande êxito da dupla foi o Boogie-woogie do rato (Denis Brean) lançado em 1947, ano em que também excursionou por Buenos Aires, Argentina, apresentando-se na boate Embassy e na Rádio El Mundo. Na capital argentina a dupla se desfez, tendo Joel lá permanecido como cantor e Gaúcho retornado ao Brasil.
De volta ao país em 1952, Joel tornou a formar dupla com Gaúcho, mas somente por breve período, pois no mesmo ano, após algumas apresentações, Gaúcho abandonou o rádio e foi morar em Itacuruça, Rio de Janeiro. Joel prosseguiu carreira sozinho, como cantor e compositor, principalmente carnavalesco, tendo obtido grande sucesso em 1956, com sua gravação de Quem sabe, sabe (com Carvalhinho).
Dois anos depois, outro destaque, com Madureira chorou (Carvalhinho e Júlio Monteiro) época em que também trabalhou como diretor artístico da gravadora Polydor durante um ano e meio. Nessa função resolveu lançar um cantor jovem para concorrer com João Gilberto: assim, 1959, produziu o primeiro disco de Roberto Carlos.
Em 1962 Joel e Gaúcho se encontraram novamente para gravar o LP Joel e Gaúcho, na RCA Victor, relançando antigos sucessos como Aurora, Cai, cai e Pierrô apaixonado, entre outras, com orquestração de José Meneses. Depois da morte de Gaúcho, Joel , conhecido como o Magrinho Elétrico, continuou sua carreira sozinho, como cantor compositor e radialista, apresentando programas noturnos na Rádio Tupi, de São Paulo.

Jonjoca

Jonjoca ( João de Freitas Ferreira ), cantor e compositor, nasceu na cidade de Rio de Janeiro (RJ), no bairro de Botafogo no dia de 16 de Setembro de 1911, sendo o único dos nove filhos de um português comandante do Lóide a manifestar inclinação musical.
No curso ginasial, formou uma espécie de regional, que tinha apenas dois violonistas, um deles irmão do cantor Jorge Fernandes. Com 18 anos foi à Odeon, na Casa Edison, e perguntou a seu diretor-artístico Eduardo Souto como se fazia para gravar um disco. Souto mandou que cantasse, acompanhando-o ao piano, e disse que dentro de alguns dias podia gravar.
Esse disco, lançado em fevereiro de 1930, saiu com os sambas Não te dou perdão (Ismael Silva) e Não fui eu (Caninha). Gravou nesse ano mais dois discos pela Parlophon, antes de se encontrar com o cantor novato Castro Barbosa numa festa na casa de Jorge Fernandes, onde, por sugestão do cantor e compositor Paulo Neto de Freitas, cantaram em dupla.
Tendo dado certo a experiência, gravaram na Victor um disco, que saiu em Julho de 1931 com os sambas Sinto falta de você e A cana está dura, ambos de Jonjoca. Era a resposta que a Victor dava à Odeon, que desde setembro do ano anterior fazia enorme sucesso com o duo Francisco Alves e Mário Reis.
Até novembro de 1933, da nova dupla foram lançados 11 discos com 22 músicas, dentre elas os sambas Abandonado (Jonjoca), 1931, Adeus (Francisco Alves, Ismael Silva e Noel Rosa), 1932, Dona do Lugar (Francisco Alves e Ismael Silva), 1932, Cinco partes principais do mundo (Benedito Lacerda e Gastão Viana), 1933.
Paralelamente ambos desenvolveram suas carreiras solos como cantores. Sozinho, gravou o samba Rosalina (J. Tomás e Orestes Barbosa), 1931, e Azul e branco (Benedito Lacerda e Osvaldo Silva), 1932, numa discografia de 1930 a 1934, com cerca de 23 discos e 43 músicas, 13 das quais de sua autoria.
Em 1931, Carmen Miranda, sua amiga, gravou seus sambas Não tens razão e E depois. Interrompeu a carreira em 1934. Em 1937 voltou como locutor da Rádio Mayrink Veiga. Em 1938 ingressou na Rádio Nacional e, no ano seguinte na Rádio Clube do Brasil, na qual ficou até 1953, como locutor, apresentador e produtor de programas.
Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora - PubliFolha.

Jorge Fernandes

Jorge Fernandes (Jorge de Oliveira Fernandes), cantor, nasceu no Rio de Janeiro/RJ em 5/6/1907 e faleceu em 19/3/1989. De família tradicional, cresceu em ambiente artístico e desde pequeno cantava musicas francesas, aprendendo piano e violão com os pais.

Quando começou a cantar músicas brasileiras, caracterizou seu estilo pela dicção cuidadosa, especializando-se em canções de inspiração folclórica. Apresentou-se pela primeira vez em público em 1929, cantando e acompanhando-se ao violão, no salão do Hotel Silva, em Cambuquira/MG, interpretando canções de Eduardo Souto, Denza e Tosti.

Em fevereiro do ano seguinte, começou a atuar na Rádio Sociedade, do Rio de Janeiro, onde também se apresentavam Inácio Guimarães, Ana de Albuquerque Melo, Gastão Formenti, Sílvio Salema e Paulo Rodrigues.

Em fins de 1929 gravou seu primeiro disco, na Odeon, A cabocla do arraiá (Pachequinho) e Amô de caboclo (Edite Lacerda e Celeste Gomes Filho), acompanhado ao violão por Tute e Luperce Miranda.

Formado em arquitetura em 1930, trabalhou como funcionário público até montar escritório com um amigo. Sem abandonar a carreira, em janeiro do ano seguinte deu seu primeiro recital, com Sônia Barreto e Homero Dornellas, acompanhado ao piano por Arnaldo Estrela.

Em 1932 lançou com sucesso e gravou na Columbia a canção Pierrot (Joubert de Carvalho e Pascoal Carlos Magno). A música foi apresentada como prólogo da peça de mesmo nome, de Pascoal Carlos Magno, estreada no Teatro João Caetano, do Rio de Janeiro. Nesse ano gravou várias músicas na Columbia, entre as quais os foxes-canção O dia em que te conheci (Aluísio da Silva Araújo) e Querer bem (Silvan Castelo Neto), as canções Dor (Joubert de Carvalho) e Pestinha (Silvan Castelo Neto), a valsa-canção Eu tinha um beijo para sua boca (Joubert de Carvalho e Cleomenes Campos).

Ainda nesse ano transferiu-se para a Victor, onde gravou, entre outras, a canção Caboclinho (Joubert de Carvalho e Olegário Mariano). No mesmo ano foi convidado a participar, como destaque, do Broadway Cocktail, no Cine Broadway, ao lado de Ary Barroso e Marília Batista. Apresentava-se também nas rádios Philips e Clube do Brasil.

Em 1933 casou e foi para São Paulo, gravando novamente na Odeon, onde ficou cinco anos, O que eu queria dizer ao teu ouvido (Hekel Tavares e Mendonça Júnior) e Minha terra (Valdemar Henrique).

Fez varias apresentações no Norte do país e em 1935 viajou para a Argentina, atuando na Rádio Stentor e em recitais em Buenos Aires. Retornou ao Rio de Janeiro para estrear na Rádio Tupi, gravando no ano seguinte, ainda na Odeon, as canções Querer bem não é pecado e Pingo d’água (ambas de Osvaldo de Sousa) e Pregões cariocas (João de Barro).

Em 1938 deixou a Rádio Tupi, do Rio de Janeiro, para trabalhar na emissora do mesmo nome, de São Paulo, transferindo-se depois para a Rádio Cultura. Por essa época resolveu mudar seu nome artístico para George Fernandes e no ano seguinte, 1939, gravou na Columbia um de seus maiores êxitos, Meu limão, meu limoeiro (do folclore), em arranjo de Gaó.

Em 1942 gravou para a Columbia outro êxito, a canção Rolete de cana (Osvaldo Santiago e Dilu Melo). Deixou a Rádio Cultura dois anos depois e foi para a Rádio Globo, do Rio de Janeiro, transferindo-se mais tarde para a Rádio Nacional.

Em 1954 excursionou, a convite do Itamarati, por alguns países da América Latina, ao lado de Valdemar Henrique. No mesmo ano gravou para a Sinter o LP Essa nega fulô (sobre texto de Jorge de Lima e em parceria com Valdemar Henrique).

Quatro anos mais tarde lançou na Columbia outro LP Momentos românticos, no qual interpretava composições de seu irmão Armando Fernandes. Em 1959 percorreu vários paises da Europa, apresentando-se na televisão em Portugal e U.R.S.S., gravando canções brasileiras.

Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora e PubliFolha.

Jorge Goulart

Jorge Goulart, nome artístico de Jorge Neves Bastos, nasceu em vila Isabel, na Rua Araripe Junior, cidade do Rio de Janeiro, em 16.1.1926, filho do conhecido jornalista Iberê Bastos e de Arlete Neves Bastos, cantora, que ao casar-se deixou de cantar.
É neto do Visconde de Niterói e fez o curso ginasial no Colégio Pedro II, onde começou sua participação política. Decidiu-se nessa época pela carreira artística. Desde garotinho vinha cantando. Nessa fase, no programa Escada de Jacó, do Prof. Zé Bacurau, ganhou o 1º prêmio. Começou antes dos 18 anos, aumentando por isso a idade, em circos e dancings.
Através do pai, que escrevia sobre o mundo dos espetáculos, teve contato com os nomes em evidência. Conheceu, em 1943, o compositor Custódio Mesquita e passou a divulgar com exclusividade suas músicas. Conheceria também o cantor João Petra de Barros e por ele seria levado à Rádio Tupi. É quando passa a adotar o Goulart, por sugestão da atriz Heloísa Helena, tirado de um fortificante, o Elixir de Inhame Goulart, bem de acordo com sua voz possante.
Entre as músicas de Custódio que divulgava, estava o samba Saia do caminho, em parceria com Evaldo Rui, que gravaria, em 1945, na RCA-Victor, mas não chegou a ser lançada. Custódio faleceu e Evaldo preferiu destiná-la a Araci de Almeida, com alterações pequenas na letra para que pudesse ser cantado por mulher.
Devido a compromisso com a gravadora, lançaria, nesse ano, dois discos, que foram fracasso de vendas, não devido à qualidade das músicas ou deficiência do acompanhamento: A Volta / Paciência / Coração e Nem Tudo É Possível / Feliz Ilusão. É que, sem nenhuma necessidade, fez um decalque absoluto de Nelson Gonçalves, que também era da RCA-Victor.
Durante quatro anos ficou longe do disco. Se a atuação nas rádios (Tupi, Globo, Tamoio) não rendia muito, no espetáculo Um Milhão de Mulheres, no Teatro Carlos Gomes, durante dois anos, foi figura destacada e com rendimentos muitas vezes superiores. Findo o mesmo, voltaria às casas noturnas, até ser levado pelo compositor Wilson Batista a gravar duas músicas dele na Continental, para o carnaval de 1950: Miss Mangueira (com Antônio Almeida) e Balzaquiana (Com Nássara), esta uma marcha que o Brasil inteiro cantou e foi 2º lugar, na categoria, no concurso oficial de músicas carnavalescas.
Daí em diante, torna-se rapidamente um grande astro. Realiza um de seus sonhos, atuar no cinema, quando participa do filme Também Somos Irmãos, da Atlântica, dirigido por José Carlos Burle. É contratado pela Rádio Nacional e atua em grande número de filmes musicais: Carnaval no Fogo (1949), Não É Nada Disso (1950), Aviso Aos Navegantes (1951), Tudo Azul (1952) e muitos outros.
No disco marca êxitos memoráveis: Mundo de zinco, Cais do porto, Samba fantástico, Laura, Cabeleira do Zezé, A voz do morro, e inclusive versões, Dominó, Jezebel, Smile. É eleito o Rei do Rádio de 1952.
Em 1958, a convite do presidente Juscelino Kubitschek, acompanhado de Nora Ney e outros artistas, organizou uma caravana artística com a finalidade de preparar a reaproximação com a U.R.S.S. e a China Popular. Os resultados são excelentes, tanto que nos dez anos seguintes retornariam seguidamente aos países socialistas, aí gravam vários LPs., bem como estenderiam suas excursões à Bélgica, Áustria, França, Portugal e África.
Foi um longo e importante trabalho de divulgação da música brasileira, com a preocupação em muitas ocasiões, de levar outros cantores, instrumentistas, dançarinas e passistas. Colaborou por seis anos com o Império Serrano. Puxava seus sambas só com o megafone, dispensando quaisquer pagamentos em favor da mesma e contribuindo para a divulgação dos compositores do morro. Fez o mesmo na Imperatriz Leopoldinense e na Unidos de Vila Isabel.
Por causa de sua participação no Sindicato dos Radialistas, foi impedido, pelo movimento de 1964, de continuar na Rádio Nacional, tendo a única saída de atuar no exterior: Portugal, Israel e outros países da Europa.
Em 1983 teve de extrair a laringe. Ficou curado, mas sem "seu instrumento de trabalho". Chegava ao fim sua notável carreira. Ficaram, porém, os discos para perenizar sua arte. Casou-se muito jovem, com 18 anos, e teve uma filha, Maria Célia. Já estava desquitado, quando conheceu Nora Ney no camarim do Copacabana Palace Hotel, numa data que não esquece: 1º. 5.1952.
Nora Ney, já estrela ascendente, vivia tumultuada separação de seu marido, que repercutia na imprensa, por causa do inconformismo e das concretas ameaças do mesmo. Nora tinha dois filhos, Hélio e Vera Lúcia, mais tarde eleita Miss Brasil, em 1963.
Um casamento perfeito, que viriam a formalizar, no civil e no religioso, em 1992, na Igreja Presbiteriana Unida, conforme o convite, "consagrando 39 anos de longa e feliz união". Jorge Goulart conta que um dos segredos está em dormir em camas e quartos separados. Assim de manhã os dois "estão sempre bonitos".
(Abel Cardoso Junior)

José Menezes

José Menezes (José Menezes França), instrumentista, compositor, nasceu em Jardim/CE em 6/9/1921. Criança comprou de um amigo um cavaquinho de uma corda e começou a tirar de ouvido as músicas em voga. Aos oito anos foi convidado pelo maestro Arlindo Cruz para tocar como profissional no cinema de Juazeiro do Norte/CE, sendo logo apelidado de Zé Cavaquinho.
Compôs então sua primeira música Meus Oito anos. Apresentou-se depois com a orquestra do maestro Arlindo Cruz no teatro da cidade do Crato/CE, e já em 1932, com 11 anos, tocava na Banda Municipal de Juazeiro. Seguiu então com o primo Luís Rosi para Fortaleza-CE, onde trabalhou um ano no serviço de alto-falantes de João Dumman. De volta a Juazeiro, retomou as atividades de músico de cinema e bailes.
Em 1938 reencontrou o primo, de passagem pela cidade e liderando uma jazz-band; entusiasmado, acompanhou-o novamente à capital do Estado e durante dois anos dedicou-se ao aprendizado de alfaiate. Foi então contratado pela Ceará Rádio Club como segundo violonista, e rapidamente formou seu próprio regional, que trabalhou na emissora durante quatro anos.
Em 1943 o radialista carioca César Ladeira visitou Fortaleza para inaugurar as ondas curtas da Ceara Rádio Club e ofereceu-lhe um contrato para a Rádio Mayrink Veiga, do Rio de Janeiro, onde manteve dois programas semanais, adquirindo grande prestígio como solista. Atuou na boate do Hotel Quitandinha, em Petrópolis-RJ, ao lado de Djalma Ferreira (piano), Oscar Belandi (percussão) e Chuca Chuca (vibrafone), passando, em 1945, a integrar o Conjunto Milionários do Ritmo, com essa mesma formação.
Atuou em 1946 na boate Casablanca e na Rádio Globo, do Rio de Janeiro, ingressando em 1947 na Rádio Nacional, onde se apresentou inclusive em dupla com Garoto, no programa Nada Além de Dois Minutos. Permaneceu nessa emissora até a década de 1960.
Compondo sempre em parceria com Luis Bittencourt, sua primeira música gravada foi Nova ilusão, lançada por Os Cariocas em 1948, que acabou tornando-se prefixo desse conjunto. No ano seguinte, gravou como solista o choro Sereno, na Todamérica, enquanto a Musidisc lançava Mais uma ilusão, na voz de Nuno Roland; de 1950 é Comigo é assim, lançado por Os Cariocas na Continental bem como a gravação do grande sucesso de Joubert de Carvalho e Olegário Mariano, De papo pro ar, feita por ele na Sinter.
No ano seguinte, seu baião Não interessa não (com Luis Bittencourt) foi registrado em disco Sinter por César Ladeira e Heleninha Costa, enquanto gravava em solo de cavaquinho os choros Vitorioso e Encabulado na mesma fábrica; também de 1951 são os seguintes lançamentos: Tudo azul, choro gravado nor Zezé Gonzaga e As moreninhas, selo Sinter; Viola do Zé, polca interpretada por ele na Sinter e por Carmélia Alves em disco Continental, e Castigo, samba cantado por Gilberto Milfont em gravação da Victor.
Em 1952 novas composições suas em parceria com Luis Bittencourt tornaram-se conhecidas: Cinzas, com o cantor Ernani Pilho, na Sinter; Caititu, choro gravado em solo de flauta por Ari Ferreira, na Sinter; Pau-de-arara, baião interpretado por Carmélia Alves, na Continental, Polquinha do pica-pau, por Luís Bittencourt e seus solistas, na Sinter.
No mesmo ano, utilizando o play-back gravou Copacabana (João de Barro e Alberto Ribeiro) e Um domingo no Jardim de Alá (Lirio Panicalli). Sua composição Caixinha de música saiu em disco Continental em 1954, interpretada pelo autor, que deixou ainda na Sinter dois LPs de 10 polegadas: Dançando com José Menezes e seu Quarteto e A voz do violão, com solos desse instrumento.
Seguiu com o Sexteto de Radamés Gnatalli para a Europa em 1959, apresentando-se em Paris, França, Londres e Oxford, Grã-Bretanha, Roma, Itália, Lisboa e Porto, Portugal, ao lado de Nelsinho do Trombone, Chiquinho do Acordeom, Gilberto do Pandeiro e Pereirinha, contrabaixo.
No mesmo ano formou o conjunto Velhinhos Transviados, que gravou 13 LPs na RCA até 1971, entre os quais Velhinhos transviados, Velhinhos transviados embalados, Velhinhos transviados na paquera, Velhinhos transviados tropicalissimos, Velhinhos transviados pra frente, sempre com sucessos do momento.
Participou tocando guitarra em algumas das primeiras gravações de Roberto Carlos, The Fevers e outros. Em 1995 lançou o disco Chorinho in Concert, pela CID, incluindo um choro inédito de sua autoria, Tô querendo.

Lauro Maia

Lauro Maia (Lauro Maia Teles), compositor, instrumentista e arranjador, nasceu em Fortaleza/CE em 06/11/1912 e faleceu no Rio de Janeiro/RJ em 05/01/1950. A mãe era professora de teoria musical e lhe ensinou as primeiras noções de música. Ainda ginasiano, freqüentemente apresentava-se tocando piano no Cine-Teatro Majestic, sendo depois convidado a substituir pianista que adoecera.
Em 1938, formou o Quinteto Lupar, com Paulo Pamplona, Ubiraci de Carvalho, Roberto e Antônio Fiuza, estreando no ano seguinte na Ceará Rádio Clube. Na época, era diretor artístico da emissora, alem de ocasionalmente integrar a orquestra da casa como pianista ou acordeonista. Além disso, liderava a Escola de Samba Lauro Maia, fazia pesquisas sobre o folclore cearense e arranjos de musicas para gravações. Casado com Djanira Teixeira, irmã do compositor Humberto Teixeira, transferiu-se para o Rio de Janeiro, sendo contratado pelos editores Irmãos Vitale.
Passou também a trabalhar em cassinos, e em 1942 sua composição Eu vi um leão foi gravada na Odeon pelos Quatro Ases e Um Curinga, mesmo conjunto que lançou em 1944 a marcha de sua autoria Trem de ferro, um de seus maiores sucessos. Em parceria com Humberto Teixeira compôs outros grandes êxitos, como Só uma louca não vê, gravado por Orlando Silva na Odeon em 1945, e, no ano seguinte, Deus me perdoe, lançada em disco por Ciro Monteiro na Victor, obtendo muito sucesso no Carnaval.
Criou um novo ritmo, o balanceio, que fazia prever o baião urbanizado, como nas músicas Marcha do balanceio, gravada por Joel e Gaúcho, e Tão fácil, tão bom, interpretada pelos Vocalistas Tropicais, ambas na Odeon, também em 1946.
Adoecendo, regressou a Fortaleza no ano seguinte, retornando ao Rio de Janeiro em 1948, onde faleceu dois anos depois. Duas músicas de sua autoria foram lançadas postumamente: Trem ô lá lá (com Humberto Teixeira), em 1950, por Carmélia Alves, e o choro Faísca, gravado por Raul de Barros, na Odeon, um ano depois, obtendo êxito. Sua música Trem de ferro foi regravada por João Gilberto em 1961, com sucesso, constando do terceiro LP desse cantor na Odeon.
Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora - Publifolha.

Lina Pesce

Lina Pesce (Magdalena Pesce Vitale), compositora, instrumentista, nasceu em São Paulo/SP em 26/1/1913 e faleceu em 30/6/1995. Filha do maestro italiano Giacomo Pesce, que lhe deu as primeiras orientações musicais e muito a influenciou. Teve aulas de piano com Marcelo Buogo.
Em 1922 fez sua primeira composição, o tango-canção Quantas vezes, com letra em português escrita por seu pai, que assumiu o pseudônimo de Orfeu. São dessa mesma época seus tangos A vingança de Cupido, Compadrito, Esqueça-me, Fatalidad e Miente.
Em 1933 casou-se com Vicente Vitale, um dos fundadores da editora Irmãos Vitale, transferindo-se para o Rio de Janeiro, onde prosseguiu seus estudos de música, teoria, solfejo e harmonia com Lorenzo Fernandez e piano com Tomás Terán.
Em dezembro de 1937, ganhou o primeiro lugar no Concurso Oficial de Músicas Carnavalescas para 1938, promovido pela Divisão de Turismo e Divertimentos Públicos da Prefeitura de São Paulo, com a marcha Você gosta de brincar, gravada por Laís Marival em disco Columbia.
Em 1942 editou pela Irmãos Vitale seu choro Bem-te-vi atrevido, gravado pela organista norte-americana Ethel Smith e apresentada pela mesma no filme Dupla ilusão (Twice Blessed). A partir dessa aparição, a música ganhou novos registros nos EUA, e recebeu gravações na Argentina, Inglaterra, França, Itália, antiga U.R.S.S. e vários outros países.
No Brasil recebeu algumas dezenas de registros conhecidos, dos quais se destacam os de Irani Pinto, Carolina Cardoso de Meneses, Altamiro Carrilho, Sivuca e Heriberto Muraro. O sucesso inspirou-a a compor outros choros com nomes de pássaros: Pintassilgo apaixonado, Corruíra saltitante, Tangará na dança, Canarinho gracioso e Sabiá feiticeiro, todos editados nas décadas de 1940 e 1950 pela Irmãos Vitale e gravados por numerosos intérpretes, destacando-se Simonetti, Copinha, Carioca e Luís Americano.
Na década de 1950, compôs sambas-canções de grande aceitação, como Onde estará meu amor (gravado por Morgana,Dolores Duran, Elisete Cardoso e Agnaldo Rayol), Era uma vez (gravado por Carminha Mascarenhas e Morgana), Eu sou assim (gravado por Jairo Aguiar e Marion Duarte) e Este amor (gravado por Morgana e Paulo Queirós).
Em 1958, a Copacabana lançou um LP contendo exclusivamente composições suas executadas por Irani Pinto, intitulado Inspiração. No mesmo ano, ingressou na Academia Brasileira de Música Popular, possuindo até esse momento mais de 200 gravações divulgadas em diferentes países.
Em 1961 assinou contrato com a CBS, gravando como solista de piano três LPs: Valsas bem brasileiras (1961), com repertório de valsas de sua composição, Concerto em ritmo (1963), com clássicos da música erudita vertidos em ritmo dançante (os dois LPs com arranjos e regência de Lírio Panicalli), e Chorinhos bem brasileiros (1963), com arranjos e regência de Radamés Gnattali. A partir daí, afastou-se do meio artístico.
Em meados da década de 1970, voltou a residir em São Paulo, no bairro de Vila Mariana, restringindo suas aparições públicas a programas radiofônicos e reuniões musicais particulares, além de compor. Com a morte de Vicente Vitale, em 19 de setembro de 1980, abandonou definitivamente a carreira.
Obras: Baião concertante, baião, 1958; Bem-te-vi atrevido, choro, 1942; Canarinho gracioso, choro, 1958; Compadrito, tango, 1929; Corruíra saltitante, choro, 1948; Era uma vez, samba-canção, s.d.; Esqueça-me (c/Giacomo Pesce), tango, s.d.; Este amor, samba-canção, s.d.; Eu sou assim, samba-canção, s.d.; Miente, tango, 1929; Onde estará meu amor, samba-canção, 1958; Pintassilgo apaixonado, choro, 1947; Quantas vezes, tango-canção, 1927; Sabiá feiticeiro, choro, 1950; Tangará na dança, choro, 1942; Você gosta de brincar, marcha, 1939.
Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira - Art Editora - PubliFolha.

Lourival Faissal

Lourival Faissal, compositor, radialista, nasceu no Rio de Janeiro/RJ em 17/11/1922. Como radialista atuou durante longos anos na Rádio Nacional e foi chefe do Departamento de sonoplastia nessa emissora.
Como compositor, ficou conhecido como o "Rei das versões", especializando-se em fazer versões de músicas estrangeiras. Teve composições gravadas por diferentes intérpretes, entre os quais, Blecaute, Ângela Maria, Anísio Silva, Trio Nagô, Luiz Gonzaga, Irmãs Galvão, Linda Batista, Elisete Cardoso e Emilinha Borba.
Um de seus principais parceiros foi Getúlio Macedo, com quem compôs entre outras, o mambo Covarde, o samba-canção Há de existir meu amor, o ragtime Ano novo, ano bom, a marcha Nosso Natal e as valsas Meu papai e Mãezinha querida.
Em 1946, Emilinha Borba gravou pela Continental o samba Acapulco, versão de música de Gordon e Warren. Em 1950, Carlos Galhardo lançou na RCA a valsa Solidão, parceria com Olga Nobre. Em 1951, Emilinha Borba interpretou o bolero Dez anos, composição de Rafael Hernández e Adelaide Chiozzo gravou na Star a marcha Noite de lua, com Chocolate.
Em 1952, as seguintes músicas foram gravadas: o baião Vaqueiro romântico, com Chocolate na RCA Victor por Bob Nelson; o samba-canção Divórcio, parceria com Getúlio Macedo, por Linda Batista e o tango A media luz, versão de composição de E. Donato, por Nelson Gonçalves.
São de 1953 as gravações do samba Você sabe muito bem, com Benê Alexandre e Getúlio Macedo, ainda na Continental por Emilinha Borba e do bolero Linda cigana, versão de música de Livingstone e Evans, pelo Trio Madrigal.
Em 1954, Nelson Gonçalves gravou na RCA o samba-canção Como se previa, com Getúlio Macedo; Risadinha gravou na Odeon a marcha-rancho Meu jardim, com Jarbas Albuquerque; Osvaldo Borba e sua Orquestra gravou o Mambo das normalistas com Clínio Cavalcânti e Bel Luz também na Odeon; Dircinha Batista gravou na RCA o bolero Botões de laranjeira com Getúlio Macedo e o Trio de Ouro gravou também na RCA a Balado do ouro negro, versão de uma composição de Webster e Tiom Kim. Também no mesmo ano, a cantora Zaíra Cruz gravou na RCA Victor a valsa Noite santa, e a canção Vi mamãe beijar Papai Noel, esta última uma versão para música de T. Connor.
Em 1955, o Trio Yrakitan lançou na Odeon a canção Feliz Natal...Boas Festas com Irani de Oliveira, Zaíra Cruz gravou na RCA a rumba Baratinha; Nelson Gonçalves, também na RCA gravou o tango Esta noite me embriago (Esta noche me emborracho) com Discépolo e Jorge Veiga gravou o Hino da torcida do Flamengo, parceria com Getúlio Macedo.
Em 1956 foram gravados a valsa Dia dos nossos avós com Arsênio de Carvalho por Zaíra Cruz na RCA e o beguine Praia Vermelha com Getúlio Macedo, também na RCA pelo Trio Itapoan.
Em 1957, Pedroca do Trompete e seu Conjunto gravou na Sinter o bolero Intenção, parceria com Getúlio Macedo; Adelaide Chiozzo gravou a marcha Tua companheira, com Getúlio Macedo e o Trio Nagô gravou o bolero Dúvida, parceria com C. Navarro.
Em 1958 suas músicas foram gravadas por Ângela Maria (o samba Apaixonada) na Copacabana, Carolina Cardoso de Menezes (o mambo Covarde, parceria com Getúlio Macedo) na Odeon, os Vocalistas Modernos (regravação do bolero Covarde) e Chiquinho e sua orquestra (o bolero Arranca minha vida, parceria com Getúlio Macedo) os dois últimos pela Sinter.
Em 1959, Anísio Silva gravou na Odeon a guarânia Quero beijar-te as mãos, parceria com Arsênio de Carvalho, regravada no ano seguinte pela dupla Cascatinha e Inhana.
Em 1960, Carlos Galhardo gravou na RCA Victor o samba-canção Presença viva do nosso amor, parceria com Getúlio Macedo e Hebe Camargo gravou também na Odeon o bolero Eu tenho um pecado novo, versão de composição de Moraes e Martinez.
Em 1961, compôs com Luiz Gonzaga a marcha Alvorada da paz gravada no mesmo ano pelo Rei do Baião na RCA. Ainda no mesmo ano, Orlando Silva gravou a Canção do amor que lhe dou.
Sua intérprete mais constante foi Emilinha Borba, que gravou de sua autoria, entre outras, o bolero Em nome de Deus com Alvarado, o fox-samba Istambul uma versão da composição de Simon e Kennedy, o tango Desengano, com o maestro Patané e o bolero Chuvas de abril com D. Sylvia e Silvers, todas pela Continental.
Teve, ao logo da carreira, mais de 100 composições gravadas. Seu maior sucesso foi a guarânia Quero beijar-te as mãos, com Arsênio de Carvalho.
Fonte: Dicionário Cravo Albin da MPB.