Waldick Soriano (Eurípides Waldick Soriano), cantor / compositor, nasceu em Caetité BA em 13/5/1933. Até os 25 anos trabalhava na roça, foi peão, motorista de caminhão e garimpeiro. Em 1959 tentou a carreira artística em São Paulo SP, procurando sem êxito um lugar nas rádios Record e Piratini.
Na Rádio Nacional foi apresentado pelo diretor artístico Hélio Araújo ao diretor da Chantecler, sendo contratado para gravar Quem és tu? (de sua autoria). Começou a aparecer, marcando o estilo com uma mistura de Bienvenido Granda, Anísio Silva, Nelson Gonçalves e Vicente Celestino, vestindo-se de preto com óculos escuros, numa cópia de seu ídolo cinematográfico, Durango Kid.
Com um repertório de músicas do estilo denominado dor-de-cotovelo, gravou em 1960 pela Chantecier o LP Quem és tu?, seguindo-se em 1961 Waldick Soriano, destacando-se neste uma de suas composições preferidas: Tortura de amor.
Em 1962 gravou o LP Cantor apaixonado, destacando-se Se eu morresse amanhã (de sua autoria). No LP seguinte, O elegante Waldick Soriano, de 1964, destacavam-se A carta (Júlio Louzada e Jorge Gonçalves) e Eu vou ao casamento dela (com Chacrinha). No ano seguinte, o LP Como você mudou pra mim incluía Mundo cruel (com Teddy Vieira).
Em 1967, gravou pela Copacabana Waldick sempre Waldick, destacando-se Minha última noite (com Roberto Stanganefli), e o LP Boleros para ouvir, amar e sonhar, incluindo Meu coração está de luto (com Antoninho dos Santos). O LP Waldick, de 1968, na Continental, trazia Me deixa em paz (de sua autoria), gravando em 1970, na mesma fábrica, No coração do povo, que incluía a sua Carta de amor. Dois anos depois, saem pela RCA seus LPs Eu também sou gente e Ele também precisa de carinho, incluindo seu grande sucesso Eu não sou cachorro não.
Em 1974 gravou na RCA o LP Segue o teu caminho. Suas músicas de maior sucesso são os boleros Paixão de um homem e Eu não sou cachorro não, que o tornaram conhecido no Rio de Janeiro e em São Paulo. Sucesso constante no Norte e Nordeste do país, onde se apresenta em shows, atuou também nos filmes Paixão de um homem, dirigido por Egídio Eccio, 1972, e O poderoso garanhão, dirigido por Antônio B. Thomé, 1973.
Tem 83 discos gravados, com destaque para Waldick Soriano interpreta Bienvenido Granda, Rosas perfumadas para alguém e Waldick Soriano e seus amigos (1998, Indie Records).
CD:
Waldick Soriano, 1997, Inde Records 71332.
O pensamento de Waldick Soriano:
“A elite está carente. Ela sente a falta das músicas do tempo em que se dançava bem, da música romântica, que é imortal. Hoje, não existe mais um Altemar Dutra, um Nelson Gonçalves”.
“Meus shows sempre acabam em baile, porque o povo se lembra de quando namorado dançava com namorada, e amante com amante”.
“Não entendo por que rotulam a música romântica de brega. Essa nova geração nem sabe o que é isso! Brega é cabaré, é aquele lugar popular onde o homem vai procurar uma mulher”.
“O compositor é como o escritor: tem que ter motivo para sentar e escrever. Faço músicas, não musiquetas”.
“Tenho muitos imitadores. Todo mundo canta à la Waldick Soriano”.
“Muita gente pergunta se não vou envelhecer. O fato é que não tenho tempo para envelhecer”.
Pérolas musicais:
“Quem despreza um grande amor / Não merece ser feliz” (de Eu não sou Cachorro não).
“Tu não sabes compreender / Quem te ama, quem te adora / Tu só sabes maltratar-me / E é por isso que eu vou embora” (de Eu não sou Cachorro não).
“Apareceste afinal / Torturando este ser que te adora” (de Tortura de Amor).
“Fujo de ti porque o ciúme / É o meu fracasso / Tu me deixaste por um alguém / Que não te ama” (de Fujo de Ti).
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